sábado, 9 de novembro de 2024

Novembro de 89

(imagem: wikipédia)
 

Há 35 anos o comunismo era derrotado em suas tentativas de implementar uma luta de classes e passava a focar na luta dentro das culturas dos povos. Até hoje, 35 anos depois da demonstração do fracasso e violência universal da ideologia, pessoas arriscam a vida para fugirem de países socialistas/comunistas e entrarem a qualquer custo em países livres e capitalistas. 

Em pleno 2024, depois de toda a carnificina causada pela ideologia, alguns dos que pregam a paz e a liberdade conseguem condenar a tudo e a todos que praticam as ditaduras, mortes, cativeiros e guerras ao redor, mas não conseguem largar a ideia que causou e causa o mesmo que condenam no exato mundo em que vivem. Em 2024  temos partidos, governos, professores, artistas, pessoas comuns e países declaradamente socialistas/comunistas.

O socialismo/comunismo é responsável, nesse exato momento, por ditaduras na América Latina, Ásia e África. Seguindo à risca o que Marx escreveu em seu manifesto comunista: "Os comunistas recusam-se a dissimular suas visões e suas intenções. Declaram abertamente que os seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social vigente até aqui." ¹

Quem recentemente, ao ser flagrado contrário a essa ideologia ou demonstrando não ser convencido por ela, não foi acusado de algo que não é para virar um objeto de ódio justificável? Mas não precisamos lutar errado essa batalha. Como Yuri Bezmenov, um desertor da União Soviética, um dia aconselhou ²,  as pessoas comuns não precisam pegar em armas para colocar no chão as ideias comunistas. Elas só precisam ser fortes, corajosas e consistentes para rejeitar essas ideias tendo consciência, pelo passado e presente, do que já se tratam e no que vem embrulhadas. 

"Então a solução para a subversão ideológica estranhamente é muito simples. Você não tem que atirar nas pessoas (...). Você só tem que ter fé e evitar ser uma vitima [da ideologia]"

"Golpeie [as ideias socialistas e comunistas] com o poder do seu espirito e superioridade moral. Se você não tem esse espírito é hora de desenvolve-lo. Esta é a única solução"

Esteja munido com a única ferramenta que pode derrubar as ideias das religiões politicas, como o fascismo, comunismo, socialismo e nazismo. Seja a contrarrevolução!


Referências:
¹ https://www.scielo.br/j/ea/a/GL34qVhtfBzBb5YSYY4kGvp/
² https://www.youtube.com/watch?v=Ghw3iI2aEbE


quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Águas mornas e mordaças confortáveis.

 

(imagem: daqui)

Em pleno 2024, com um monte de coisas como inteligência artificial, algoritmos e outros avanços tecnológicos, não é aceitável que empresas de tecnologia tenham que recorrer à censuras prévias deliberadas ao invés de trazerem um avanço real para a comunicação e para a liberdade.

Há mais ou menos dois meses estou em busca de plataformas que não me obriguem a escrever palavras com letras misturadas a números ou pontuações, imagens no lugar da frase ou palavra ao invés de poder escrever o que realmente quero dizer. ao invés de dizer o que quero dizer.

Não é possível que todos achem isso normal e se dobrem à essa imbecilidade só para não perderem dinheiro. Quando alguém vai escrever ou falar sobre assassinato, suicido, ou outros tipos de morte (só pra citar mortes, mas doenças, alguns termos políticos e milhares de outras coisas tbm entram aqui), a pessoa tem que censurar parte da palavra, do contrário a própria rede social, plataforma, etc. vai censurar o vídeo ou texto, excluir das buscas, apagar ou banir em alguns casos.

Será que só usamos esses tipos de palavras para incentivar que atitudes vinculadas a elas sejam cometidas? Quando uma pessoa escreve sobre o nazismo, ela está sempre incentivando a ideologia?
Um texto em que mostre como o "nazismo é nefasto" terá que virar um texto que mostre "como o n4z1sm0 é nefasto", para ser aceito, ter alcance ou não seja deletado... Se for um áudio então, um ruído ou silêncio toma lugar do termo "nazismo". Soa retardado, pois estamos fugindo de uma atitude retardada. Uma censura tecnologicamente retardada.

Isso está além de boas intenções. Isso é tratar usuários como animais ou como pessoas burras e incapazes. Algoritmos e AIs que conseguem vasculhar todos os nossos dados e os compilarem para fazer grana para carteis de empresa e anúncios, não conseguem ver contexto numa simples frase e tá tudo bem. Aceitamos uma mordaça, como se o que estivéssemos fazendo fosse um crime e um chazinho morno como prêmio por não reclamar.

Isso nem imparcialidade é. Soa mais como tirar uma venda dos olhos e botar na boca de todo mundo enquanto se balança um martelo que ameaça ao invés de tirar um tempo para sentar e refletir. Não é possível que estejamos confortáveis com essa picaretagem preguiçosa. Entramos oficialmente numa era de tecnologia retardada.

segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Às pessoas distantes

(Imagem: daqui)

Um som, o céu, o caminhar.
Tudo remete a vocês. 
O cheiro, a dor, a alegria.
Tudo remete à presença que um dia estava em todo lugar em que estávamos, ou à distância de pequenos passos. Não é errado sorrir, só é doloroso ainda. Não é errado festejar, mas vamos deixar como está por enquanto. 

Quando vocês partiram fiquei um pouco distante.
Não é errado não sorrir e não festejar, se tudo for por enquanto. Enquanto a distância é sem volta.
Não esquecerei seus rostos. Só o peito que não aguenta essa visão e o sono foge de madrugada.

Ficamos aqui e vocês trilharam o caminho de toda a humanidade. Nós não temos para onde voltar, pois não partimos ainda. Foi cedo demais e isso ninguém ensina, vive-se. 
Não vou negar um sorriso, só é doloroso ainda.
Não vou evitar celebrar, só estou distante esperando. Esperando essa ausência alcançar o que só se alcança com o tempo, quando nos ocupamos com a vida. 


 

sábado, 31 de agosto de 2024

Nossa cegueira coletiva


(imagem: daqui)

Estava relendo Maus esses dias e entendi o motivo de não sermos nazistas já nas primeiras páginas, ao me deparar com uma citação de Hitler que dizia: "certamente, os judeus são uma raça, mas não são humanos". Troque 'Judeu' por qualquer outro nome, pode ser o seu, e teremos o cenário politico, universitário, artístico, etc. de nosso país nas duas ultimas eleições sendo jogado na cara de quem não seguia a maioria. 

Tivesse Hitler saído vitorioso na segunda guerra, aprenderíamos os preceitos nazistas de forma virtuosa em escolas e faculdades, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Diríamos, olhando para o passado, que o nazismo não é mais aquilo, que deturparam o nazismo, que o mundo todo era violento naqueles tempos e desculparíamos nossas suásticas apenas olhando nossa ânsia em validar uma aberração. Seriamos nacionais socialistas, como ele tanto pregava. E basearíamos nosso ódio amoroso e pacifico, anulando vidas contrárias a isso, como os internacionais socialistas que combateram o nazismo fazem hoje. 

Muitos acham que o mundo seria pior com essa configuração, mas não. Nosso ódio apenas teria uma desculpa diferente para ser acalentado e transmitido. O mundo seria exatamente o mesmo. Somos capturáveis por ambos os lados, pois ambos são a mesma moeda. Enfiaríamos uma bala sorrindo no rosto de quem nos mostrasse outro caminho. A mesma bala que muitos levaram naqueles tempos, e levam também hoje em dia. Ah! Um outro caminho! "Quem tenta mudar o sistema, já está derrotado por ele" li isso em algum lugar. Nunca li algo tão concreto. A direção é um outro caminho. 

Nós só não somos nazistas nesse exato momento, apenas porque o nazismo perdeu. Não foi a nossa virtude quem nos tirou da lama, pois aprendemos a odiar virtudes. Poucos de nós teriam forças para se mover na contra mão de quem puxa as cordas e nos manipula. Nossa falsa moral elevada e senso de justiça são ilusões, pois as ancoramos no vazio. 

É por isso que tratamos nosso próximo como ratos depois de destruir o que nos alicerça como humanidade. Nós rejeitamos o que nos tornaria humanos para abraçar o ódio embalado em amor, paz e justiça que nos vendem. Viramos palha para o fogo sem perceber que também estamos queimando e mentimos que isso é que é ser humano.


quarta-feira, 31 de julho de 2024

Breve reflexo numa poça d'água

(imagem: daqui )


Não há maior liberdade que escrever um blogue que ninguém lê. Quando publico as coisas aqui, minha alma se acalma, mesmo que não entenda de forma ampla. Aprecio isso. Depois vou embora, como quem presencia uma folha cair num chão cheio de outras folhas e decide na hora se o que acabou de ocorrer é belo ou só um acontecimento qualquer.


domingo, 30 de junho de 2024

Obrigado!

 

(imagem: daqui)

Você me deu o maior presente que um homem com a cabeça no lugar poderia desejar. E eu ganhei isso antes de estar completamente ajustado para receber esse dom. Durante sua passagem por aqui não pude agradecer à altura, assim como hoje ainda não o poderia fazer. Pessoas como você são gigantes na Terra. São pessoas para as quais o planeta foi fundado. Edificadores da humanidade. 

O seu legado me constrange ao perceber o quanto estou longe de sua perfeita imperfeição. Aquele tipo de imperfeição que é aceito por Deus, quando Ele olha para nós com a Sua graça. E mesmo depois, quando as lagrimas secaram e eu fico me sentindo perdido e deslocado, consigo sentir essa gratidão por você ter existido e vivido ao nosso lado. 

Me perdoe por não ser capaz de agradecer à altura, e por não ser capaz de fazer isso ainda. Mas quando nos reencontrarmos quero mostrar o meu presente a você. O nosso presente a você. Ela terá o seu nome e seremos gratos pelo resto da vida. Obrigado por sua grandeza! Obrigado por ser uma edificadora dos caminhos que a humanidade às vezes nem lembra que está pisando, mas que não seria nada sem ele. 

Até breve!


sexta-feira, 31 de maio de 2024

O bom combate

(Imagem: daqui)

Como é feliz aquele que sabe que o bem e a verdade não são convenções meramente humanas, não são pertencentes a uma época,  moldadas por quem ocupa o poder momentâneo ou por quem faz mais barulho ou ameaças. 

Essas pessoas alicercaram a humanidade. Elas libertaram pessoas e trilharam os caminhos da liberdade, pois sabiam que suas responsabilidades também eram as chaves de suas próprias correntes. Nenhum movimento ou poder pode fazer, querer ou mover a liberdade por você. Não tenha medo de não se deixar pertencer.

A sua verdade é a mentira universal. Apenas os que "tem a coragem de não serem atuais", de não pertencerem a grupos que possam se ofender com uma verdade que ri do relativismo covarde cultivado em corações, de não ter receio de perder os seus que amam a escravidão, podem iluminar a terra.

Não tenha medo de não acreditar nos heróis atuais que movimentam nações. A verdade para este tempo é que todos eles tem pés de barro e, depois da queda, não se levantarão jamais. 


terça-feira, 30 de abril de 2024

Uma ponte para outro lugar

 

(Imagem:  daqui)

Com nome e endereço em mãos, me vesti para a vingança. Tudo ao redor corria como um rio que ignora. Ignora o que há no peito, na pele e na arma apontada para o vazio. Os últimos dias foram uma repetição do que a mente, como defesa, esqueceu e esperou a vida adulta para revelar de forma clara, a ponto de não trazer às lagrimas o que eu achava que conhecia de minha própria vida. E agora outra pessoa passa de forma mais brutal pelas mãos de quem merece a morte. 

Nem todos passam suas iniciações sem abusos e com a proteção da vida. Às vezes nossa cabeça nos protege ocultando os absurdos, mesmo que nem sempre poupe os comportamentos provindos disto. Eu queria estar em todos os lugares para fazer vingança a você. Para que não acabe como eu, sem saber dos nomes e endereços das pessoas que não merecem viver. Das pessoas que tratam gente como você igual a nada e ocupam cargos e posições de protetores da vida. 

Há uma voz do meu lado tentando me convencer que a vingança não é minha, e do outro uma 357 que brilha com a luz de mil sóis me dando a certeza que ficarei cego da próxima vez que olhar para os argumentos inscritos nela. Eu só queria estar em todos os lugares ao mesmo tempo para não ter te ignorado. Para que não se levantassem os monstros que ocuparam o caminho dos que prometeram te proteger e não fizeram nada. 


domingo, 31 de março de 2024

"Walking Alive"

(imagem: daqui)

Hoje caminho vivo por ruas e calçadas, sem precisar vender minha liberdade por aceitação. Sem precisar vende-la por mais um fôlego de vida, muitas vezes tirado da vida de alguém, nos intervalos em que o amor é conveniente. Na pausa em que o atual ódio, às vezes, não convence. Nos mesmos espaços em que caminham os punhos cerrados e as facas nas mãos. 

Hoje caminho invisível por eles, pois deixei de vibrar na mesma frequência, na oscilação quântica dos que chamam à guerra cantando por paz e amor. Dos que não sabem distinguir entre uma mão que acaricia e uma granada com sua explosão. 

Pensava que caminhava alheio a isso, mas não. Agora consigo ver tudo sem ter o coração afetado. E, como o que não se entende não se pode ver, não sou mais visto. Livre por ruas e calçadas! Hoje é esse o caminho. Uma grande descoberta. Um super poder.


quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

O sol sobre a pele

 

(Imagem: Acervo pessoal)

Hoje saí para filmar e fotografar a cidade. Deu na telha. Havia muito tempo que não fazia isso. Tinha duas horas para o banho, almoço e retorno ao expediente. O almoço ficou para o outro dia. Às horas que me caíram permitiram ver um fluxo após o rush que, tinha esquecido, me causa um certo conforto. O fluxo após os jovens e adultos já estarem em seus trabalhos e estudos. Apenas pessoas perdidas como eu no caminho. Os ônibus vazios. O sol sobre as nossas peles. É como estar na sala de casa.

Eu mirava para todos os lugares, pois queria ter aqueles pedaços dos locais em que o tempo passou pela cidade e fazia as pessoas alheias a mim parecerem vivas. Os outros estavam sustentando o mundo enquanto nós vagavamos naquela parte do tempo na cidade. A multidão no calçadão, o asfalto ensolarado e o rio brilhando quente, são a maior poesia que uma pessoa que acabou de sair de parte da lida diária poderia ter antes de chegar em casa. 

Alguns olhares insinuavam loucura ou falta de algo importante para fazer, mas eram julgamentos de ilusão. Ao meio dia, as noticias importantes do telejornal falavam em guerra nuclear, aquecimento global e destruição do planeta. O rio à minha frente me perguntava de forma retórica o que era que eu tinha a ver com aquilo tudo enquanto ele fazia pose para a lente. As baratas sobreviverão a tudo isso. Haverá vida na terra. E dela a humanidade se levantará outra vez. Não é isso que ensinam nas escolas? 

Hoje eu saí, filmei e fotografei a cidade num dia que não teremos igual pelos próximos breves anos, e ela estava linda. No fundo ela também sabe que as coisas importantes da vida não passam no jornal. 


quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Outro adeus

(Imagem de Myriams-Fotos por Pixabay)


O tempo corre sempre alheio à nossa vontade. O amor e a violência também. Tudo o que não podemos controlar anestesia-nos da forma brutal que certas despedidas se vestem.
Chegamos ao último dia do mês, e os que ficaram em outras estações não conseguem ouvir o nosso adeus daqui.
Todo dia é dia de encontrar e dia de partir.

Ao céu, à liberdade, aos outros, à vida, ao infinito e à sinceridade que nos esbarramos. Adeus! que tenhamos sido agraciados!