sexta-feira, 30 de junho de 2023

O outro curso do rio


(imagem: daqui)

As vezes não entendo como me submeto a perder tempo com coisas que as pessoas dizem que são importantes para se ter sucesso, como diplomas, títulos e academias. Se tivesse a mente que tenho agora aos 17, 18, talvez passasse longe de tudo isso, embora hoje os use para outros fins. Acredito que seja preciso pagar esse pedágio por viver num meio onde a engrenagem exige uma determinada resposta para continuar a girar e não tirar tudo de nós numas das várias voltas que ela dá. 

Depois da certeza das coisas sólidas que importam, sejam físicas ou espirituais, não sobra muita gente para conversar sobre assuntos que nem o tempo nem a ferrugem destroem. Exigimos da vida do outro o que ele deve tirar para melhorar o mundo e escravizamos da nossa para o mesmo fim através de meios equivocados, não entendendo logo cedo a importância de ouvir as respostas que ressoam para nossos espíritos e nos acovardando, por acharmos ser tarde, tentar ou voltar do zero.

Os viajantes espaciais que perceberam de longe o nosso modo de perder tempo, e decidiram nunca entrar em contato para não sofrerem da mesma influência, até que tem razão.