terça-feira, 30 de abril de 2024

Uma ponte para outro lugar

 

(Imagem:  daqui)

Com nome e endereço em mãos, me vesti para a vingança. Tudo ao redor corria como um rio que ignora. Ignora o que há no peito, na pele e na arma apontada para o vazio. Os ultimos dias foram uma repetição do que a mente, como defesa, esqueçeu e esperou a vida adulta para revelar de forma clara, a ponto de não trazer às lagrimas o que eu achava que conhecia de minha própria vida. E agora outra pessoa passa de forma mais brutal pelas mãos de quem merece a morte. 

Nem todos passam suas iniciações sem abusos e com a proteção da vida. Às vezes nossa cabeça nos proteje ocultando os absurdos, mesmo que nem sempre poupe os comportamentos provindos disto. Eu queria estar em todos os lugares para fazer vingança a você. Para que não acabe como eu, sem saber dos nomes e endereços das pessoas que não merecem viver. Das pessoas que tratam gente como você igual a nada e ocupam cargos e posições de protetores da vida. 

Há uma voz do meu lado tentando me convencer que a vingaça não é minha, e do outro uma 357 que brilha com a luz de mil sóis me dando a certeza que ficarei cego da próxima vez que olhar para os argumentos inscritos nela. Eu só queria estar em todos os lugares ao mesmo tempo para não ter te ignorado. Para que não se levantassem os monstros que ocuparam o caminho dos que prometeram te proteger.