quinta-feira, 29 de abril de 2010

Quando olho pela janela

Me espanta pensar que de todos os sistemas possíveis
- E todos eles falíveis -
Seja o mais egoista o que sobrevive
O que nos obriga a dançar
O que nos causa vertígem
O que nos faz ser só mais uma peça egoista
Dentre tantas outras peças igualmente substituivéis
E num mundo em que cegam o amor e a justiça
Cria-se lugares onde até mesmo tudo nunca será o bastante

Me espanta pensar que o mundo é pequeno
E ao mesmo tempo tão grande
Me espanta notar as pessoas que vejo na rua
Andando tão apressadas, as vezes para lugar algum
não saberem que penso nelas ao chegar em casa
E talvez não entendam o que a pressa não nos deixa perceber:
As coisas belas da vida só estarão no acaso
Se não deixarmos estar em nosso coração
Me espanta pensar o quanto pensar me espanta então

Me espanta saber como a fé pode mover montanhas
E em como são as pequenas pedras que nos fazem tropeçar
Me espanta pensar o tamanho da confusão que fazemos
Por conta de um Único Deus
Então evitamos olhar para Ele.

Me espanta o sorriso das crianças diante da vida
Um dia fui como elas - deveriamos ser sempre assim
Mas pude enxergar enfim
Que meu assombro com as coisas que não posso controlar
É por elas residirem em mim ainda
Mas mesmo que o mundo seja dispar e grande
Nunca será maior que e própria vida
Que é Aquele que tem a própria vida em si.