sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"Desperado"


(Desperado - Carpenters // traducão aqui)

Os Eagles fizeram essa canção há um bilhão de anos atrás - por volta dos anos 70, quando a roda não tinha sido inventada e o fogo não era dominado pelo ser humano.

Porém é a Karen e uma grande amiga minha quem cantam até hoje essa música para mim.
Eu queria poder voltar para casa, seja lá o que "voltar para casa" signifique nos anos 2000.



quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

365 dias

(imagem: Helder Mendes)

Liguei para um grande amigo noite passada e ele me falou: “Ei! Fiquei sabendo que você largou tudo e agora está ao léu.” Só pude responder: “Eu me sinto vivo!” – soou idiota – e ele suspirou, o suspiro dele falou: “valeu a pena?.”

Eu me sinto perdido... E não é tão bonito quanto nos filmes ou musicas se sentir assim. É como dormir num bairro violento sem se preocupar se as portas serão arrombadas, não pela casa ser segura, mas pelo fato de não existirem mais portas. O alívio é, no fundo, desespero.

Eu me sinto perdido e minha casa não tem mais porta ou portões para me deixar seguro à noite. OK, então agora posso me preocupar com problemas reais ao invés de ficar pensando em algo que nunca acontecerá, como antes fazia.

Fiz planos para esse ano. Pela primeira vez na vida planejei conscientemente meu futuro-não-muito-distante, mas agora me sinto como se estivesse perdendo de 10 X 0 aos 15 min. do primeiro tempo. Como quando alguém leva uma rasteira ao se preparar para correr.

Em outra ligação comentei: “É como ter bons olhos numa terra de escuridão, eu não consigo enxergar. De que adianta então?” a outra voz falou: “ao menos você tem bons olhos para enxergar a escuridão. Um bom começo para sair dela.” Oh, Deus! Quem conseguirá um dia dar um preço aos amigos e o que eles têm a dizer?

Então eu não me sinto tão perdido... Só com bons olhos tateando na escuridão... Com meus planos e perdendo de 10 X 0 (mas ainda há o segundo tempo).

Sair na rua assim é aterrador. Tudo na cidade está contra você, à espera nos terminais, os olhares das meninas e a malícia dos homossexuais, os carros que freiam em cima de você – por estar tateando na escuridão – tudo, tudo.

Esse ano planejei dedicar mais tempo a Deus, e agora o mundo e essa cidade (na verdade, as conseqüências de minhas escolhas) caem por cima de minha cabeça depois de me derrubar por um tempo – vai ser só por um tempo!

Um homem falou certa vez, “quem não tem um motivo pelo qual dar sua vida, não tem motivos para viver.” Eu vou pagar para ver, ainda que pareça estar no meio de um tiroteio, ainda que esteja tão longe de casa – da casa sem portas – na escuridão. Isso não é uma tragédia (pois eu ainda tenho 30 minutos e o segundo tempo inteiro). Só preciso de uma força que não tenho, não ainda. Quebrei a cara, assumo, e junto com ela foram as pernas e os braços. Talvez eu estivesse errado desde o começo...

Vou virar o jogo e esse ano passará rápido ou então farei uma máquina do tempo para tomar outras decisões (Esqueça, uma fuga de novo não!!!). Vou tomar minha cruz. Meu Deus, eu me entrego, vou começar a lutar. Ajuda-me, por favor!