quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Similis simili gaudet!

(Imagem: arquivo pessoal)

Havia um coração e duas iniciais escritas dentro dele na parede, na verdade estava em toda  parte - eu lembro, pois estava em toda parte. E de todos os casais conhecidos nenhum se encaixava naquelas inicias. Por um tempo não percebi que nossas iniciais formam aquele desenho na parede. Sei disso pois ainda está em toda parte.

Eu tento nem piscar para não perder nenhum detalhe e quando você fala, também ouço estrelas. 
A felicidade não é como o momento se o momento for só por um instante. O que sinto beira o irreal. É como viver numa ilha de paz cercado de caos por todos os lados. Não é a segurança, e sim a certeza da legitimidade. É como estar na pele de outra pessoa e, ainda assim, sentir tudo por si só. Corro, mas não tenho pressa. Sei que as coisas semelhantes atraem as coisas semelhantes. É exatamente como essa atração, pois os opostos só se distraem mesmo.

Quando vivia para mim era só uma vida comum. Agora é bom estar multiplicado em outra pessoa.
E creio que podemos optar por quanto tempo o que se iniciou com um olhar deve durar. Desejo que seja por todo o sempre. E sempre, e sempre, e sempre, e sempre...


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Volte pra casa, Isadora!

No caminho que Isadora fazia para a escola, via crianças sozinhas nas esquinas ou juntas embaixo de papelões. Quando em sala de aula comentava com as amigas sobre os olhos e olhares dos meninos e meninas que via todos os dias. Isadora perguntava-se por qual motivo só ela percebia e até sentia, o que ninguém mais na escola sentia ou percebia.
Num dia qualquer depois da aula, ela dirigiu-se ao portão da escola e deu de cara com o bando, os meninos e meninas que vagavam pela rua. Aquelas crianças talvez tivessem um lar, por que não iriam para casa? Isadora olhava fixamente para eles e perguntava-se onde estariam os pais dessas crianças. Ela percebeu que o olhar dos meninos e meninas de estômago baldio perguntava ao cruzar com o olhar vazio de Isadora a mesma coisa que havia dentro de seu coração: Onde estarão os pais dessa menina? Como eles serão?
Isadora percebeu a semelhança, fazia de seu caminho de casa para a escola parte e, às vezes substituto, de seu próprio lar, assim como aquelas crianças faziam da rua sua própria casa. Talvez aquele bando, e a menina com certeza, tivessem um lar, mas será que era isso? “Era só uma questão de escolha”. Era o que sempre dizia à minha consciência para ela poder me deixar dormir a noite, muitas vezes esse artifício era em vão.
 Isadora às vezes chorava quando estava sozinha. Quando as brigas com sua mãe tomavam conta da atmosfera do lar e de cada parte de ambas a rua era o refúgio – como o whisky que roubava escondida do pai nas noite silenciosas – mesmo amarga, uma hora se acostumava com ela. Isadora tem sonhos, mas às vezes os esquece por não ter alguém para contar.
Um dia vi Isadora com uniforme escolar e outras crianças vagando pelas ruas. Quando ela percebeu meu olhar em sua direção talvez tivesse percebido o inicio de minha caminhada para a perdição e a minha saida dele, então ela parou em silêncio e esperou meu próximo passo olhando para dentro de meu coração. Ela leu minha vida dessa forma singular enquanto me chamou de “o menino dos folhetos”. Isadora é uma das meninas de coração mais sensível que conheci. E o que aconteceu com ela e tantos outros era uma tragédia. Mas se não enxergar direito, será sempre algo invisível que passa por você, os meninos e meninas que nós nunca lembraremos quando chegamos em casa.
“Volte pra casa” – ela me falou numa rua qualquer com suas palavras antes de eu mesmo perceber que poderia ser salvo: “Eu sei que se pode acostumar com tudo, mas não se acostume com isso. Abrigue-se no coração de alguém, e abra a porta de seu coração também. Pois os caminhos longe disso são apenas asfalto e confusão”. Isso aconteceu há muito tempo e eu era jovem demais para dar esse mesmo conselho a ela, eu era jovem demais para levar Isadora pra casa.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Carência

(Arctic Monkeys- Leave Before The Lights Come On)

Vai parecer loucura se eu disser que todo mundo (todos no mundo) precisa(m) de você? Bem, todos no mundo precisam de você.

Livre o mundo das crises que o mundo tem: olhe nos olhos de alguém. Livre os assassinos e suicidas de seus destinos trágicos: olhe nos olhos deles também. Mas olhe antes deles se tornarem tragédia ou você estatística. Há sempre alguém precisando de atenção ao redor.

Saiba que o mundo inteiro gira numa ciranda desenfreada, o tempo já não é suficiente, quase nada consegue ficar e a carência que todos tem de alguma coisa é, na verdade, a falta que não conseguem enxergar de um Deus em seus corações.

Ninguém vive sozinho, Ele sabe disso também e já cuidou de tudo para que o bem triunfe no final. Aceite o desafio e livre também o mundo de sua morte: seja e aceite companhia. Com cuidado, do fundo de todo o seu ser.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

No front


(Imagem: Neblina Matinal - Benjamim Vieira - Olhares.com)

Aqui estamos nós, espíritos vigilantes, combatendo o que um dia poderá nos destruir se passarmos a olhar com os olhos do inimigo. Se passarmos a olhar com os olhos do inimigo, amaremos o que nos persegue e isso será nossa destruição - quanto do lado de lá já estará em nossos corações?

Toda vez que o sol nasce para fora da casa tenho a sensação de que somos os últimos na trincheira, todos os outros debandaram ou foram pegos. Então eu corro o mais longe possível disso tudo, mas não por muito tempo.

Não é que eu esteja fugindo de você, não é isso. Mas sempre que o sol vai embora e me vejo esperando o fim, tenho a nítida sensação de que você está mais próxima do que imagino - Se for verdade não tentarei fugir, garanto. O que não me é preciso é se ainda estamos do mesmo lado. (pois eu não sei o quanto de lá já está em seu coração). O simples fato de sabermos da existência um do outro torna impossível um esconderijo seguro, até mesmo nessas trincheiras.

Quando escurece sinto até sua respiração próxima a mim e me pergunto quanto do outro lado estará em você. Pois eu olhei por cinco segundos e passei a amar o que deveria destruir, foi difícil me livrar dessa armadilha - por quanto tempo você olhou também? Eu preciso saber antes de nosso próximo encontro. Antes do nosso próximo encontro, jovem amiga, eu preciso saber de que lado você lutará. Já não restam muitos de nós e não vou arriscar tudo outra vez, ainda que o inimigo seja belo e tenha o seu olhar, ainda que o inimigo seja você ou eu.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Como se fosse ontem




(Imagem: Outono de 2005 - Arquivo pessoal)

Uma rua vazia
De gente passando
O vento nos edifícios
O sol num edifício
Era o caminho para a escola
Agora é o das lembranças
Faz tanto tempo...

Uma praça quase vazia
Um carro parando
Pela janela se vê as pessoas
Já não são as mesmas pessoas
De algum tempo atrás
Uns rostos diferentes
Uns carros passando
É a rua vazia se movimentando

Onde todo mundo foi parar?
Os amores e amigos
Povoam as fotografias
E lembranças
Mas a vida tem muita sede
E uma mania de esperança

No portão da escola
[São rostos diferentes agora]
Nos portões da escola novos tempos se fazem

domingo, 31 de julho de 2011

Como um rio de águas claras correndo para um fim

Durante o 5º período da faculdade, o professor de RH convidou a turma para uma visita a um asilo da cidade, eu faria qualquer coisa para não ter que estudar durante aquela semana então topei na hora. Todos da turma combinaram de se encontrar na porta do determinado asilo, para não cair na tentação de ficar pela universidade peguei carona com o professor e ficamos lá na porta esperando o pessoal até percebermos que mais ninguém iria - era semana de provas - então ele decidiu continuar a visita assim mesmo.

Do portão até as instalações do asilo havia uma distância de uns 200 metros - não sou bom de medir com “golpe de vista”, mas acho que era isso - que isolava qualquer ruído da movimentada avenida e até da percepção de parte do mundo lá fora. Ao me explicar como era que funcionava o sistema de administração e doações parei de dar atenção ao que o professor dizia, pois notei um grupo de senhoras católicas cuidando e lendo para alguns velhinhos e outros grupos de espíritas e evangélicos fazendo a mesma coisa com outros velhinhos.

Quando o professor reparou que estava falando sozinho me pediu que acompanhasse ele. Conheci uma senhora que estava ali há certo tempo - ela era cega - e tinha uma boneca nas mãos, aquela senhora estava imóvel como se estivesse vazia, foi ai que meu professor a chamou pelo nome e tocou nos braços dela. Tudo mudou nela, a senhora agiu como quem desperta de um coma, quando ela sorriu perguntando quem era que a estava tocando, suas rugas marcaram os caminhos de sorrisos de toda uma existência. Há um colégio por trás do asilo e eu podia ouvir os gritos de crianças em plena euforia do intervalo e meu professor me falou depois que deixamos à senhora sorridente - viu? Ela só precisava de atenção e contato. Percebeu como ela ficou depois de receber carinho? O sangue voltou a jorrar no rosto dela. Pensei que ela poderia estar ali ouvindo aqueles gritos da criançada livre do outro lado enquanto segurava sua boneca na mão.

- E essa boneca de quem é? - Perguntei a ela.
- É minha filha. - a senhora respondeu.

- Meu Deus - pensei - onde estariam os filhos de toda aquela gente?
Em outros quartos havia pessoas muito velhas que não conseguiam sair da cama, estavam esperando à hora de descansar. Havia um velho muito alterado, também, que tinha raiva de tudo e todos e numa outra visita outra senhora que andava de lá pra cá, chamou minha irmã no cantinho e falou “minha filha ta vendo esse monte de velho? Eu não sou que nem eles não, meu filho vem me buscar, ele só foi viajar e me deixou aqui por um tempo”. As enfermeiras olhavam pra mim balançando a cabeça enquanto minha irmã perguntava quanto tempo ele a tinha deixado ela ali. “Dois anos, mas ele vai voltar e me levar pra casa”.

Eu não julgo as pessoas, sabe? Eu tenho uma avó, e ela dá muito trabalho quando dá na telha. Às vezes é madeira de dar em doido lidar com ela, e as pessoas não entendem o que está se passando. Eu não julgo nenhum dos filhos de cada senhor e senhora que estão em asilos, até por que os motivos são variados. Mas pra mim, deitar a cabeça de noite num travesseiro e pensar que minha avó ou mãe estão num lugar assim, com cuidados, mas sem afeto, me faria sentir pior do que estar no inferno.

Quando saí de lá ouvindo os gritos das crianças na escola ao fundo e com aqueles velhinhos na cabeça, me deu um pouco de nojo de mim e do espírito humano. Vivemos nossas vidas sem nos importar com quem está ao lado, precisando de nós, de um toque só, um ouvido para ouvir, olhos para olhar, em lugares como esse ter boca não é lá tão importante é preciso dar atenção e carinho. Costumamos descartar as coisas que não servem mais para uso como de costume e descartamos até os seres humanos. Alguns senhores e senhoras que estavam ali precisavam mesmo de cuidados especiais, mas outros estavam simplesmente abandonados, como um peso que impediam outros de “viver”.

Um dia esse mês visite um abrigo ou asilo, há pessoas ali que ficariam muito felizes só de ter alguém para conversar, se não tiver tempo arrume. Pois você - se não tiver doença nem sofrer algum acidente ou for assassinado - vai ficar velho. Olhe para os velhinhos que estão dentro de casa também, às vezes o lar é o próprio asilo sem afeto para eles quando são excluídos do resto da família. Eu tenho uma avó, não escrevi isso pra julgar ninguém, a época dela já passou muita coisa que entendemos e fazemos com facilidade é algo de outro mundo para ela. É preciso paciência.

Um dia nossa existência vai chegar ao fim, será que ficaríamos felizes ao olhar para trás e percebermos que só servimos a nós mesmos no meio de tanta gente - num planeta inteiro?

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O homem que desafiou a si mesmo ou Para além de um texto egoísta

(Imagem: Silhueta - João Sargo - Olhares.com)

Que belas luzes há por toda a cidade quando deveríamos estar em casa.

Eu me lembro de todas as músicas, de cada parte de cada canção. Eu senti a alegria e a dor de ser livre, mas sem ter para onde ir... Eu tenho um vício e ele sabe disso sempre vindo para me oferecer mais. Eu não quero mais, não quero mais, quero mais, mais... Não.

Eu já acordei pensando que a vida era um pesadelo e que eu ainda iria acordar de verdade. Já me ofereceram psicólogos quando o que eu precisava era um advogado, o melhor do mundo eu preciso... Já me ofereceram armas quando o que eu mais precisava era proteção. Eu sou um criminoso e ele sabe disso, sempre me mostrando a vulnerabilidade de todas as casas da vizinhança. Eu tento ficar longe de tudo isso. Eu tive sonhos. Eu ainda tenho todos eles numa caixa em baixo da cama. Eu me afastei de todos e não conseguia nem me achar. Eu já me senti o pior dos pecadores ao lado dos inocentes e ingênuos irmãos da igreja. Eu já tive vergonha de pedir perdão a Deus todas as noites pelas mesmas coisas de sempre. Eu já tive vergonha de Deus.

Essa é a segunda (ou milésima) vez que eu quase morro e ele sabe disso, toda vez quem vem reclamar minha alma em vão. Eu tenho um preço e ele sabe disso, é imenso... É caro demais para ele poder comprar, nem adianta dobrar o esforço - eu sou caro demais para você. Eu não tenho preço. Eu ganhei minha vida de volta, pois alguém um dia achou que eu não tinha preço, que o universo inteiro não seria o mesmo se eu não estivesse aqui - como uma praia não seria a mesma se um grão de areia faltasse.

Eu ganhei uma nova chance e ele sabe disso. Espero que ele saiba também que não irei desperdiçar dessa vez.



terça-feira, 31 de maio de 2011

O amor é muito mais razão do que parece.

Esquecer de si mesmo em prol de alguém, sem ter a certeza da reciprocidade e não desanimar, simples assim, é o mais perfeito amor. O amor não é só felicidade.

A paixão pode até ser forte como uma pedra, pode ser fogo como um incêndio, mas ao menor sinal de qualquer coisa é sempre instável como uma chama ao vento, como pedras descendo um morro, e então se vai logo quando o sol aquece, como faz o orvalho todas as manhãs.

O amor é muito mais razão do que parece, e por vir mais de dentro do que as outras coisas... Por vir mais de fora do que qualquer universo distante, ele é muito mais perpetuo. O dinheiro e a luta pelo topo corrompem até a alma, mas há um caminho que pode vencer a força; o caminho do amor.

Talvez eu tivesse que ser mais velho (com 100 anos) para alguém acreditar em qualquer palavra dita aqui, mas é óbvio assim.

Por que não nos ensinam sobre o amor nas escolas?

sexta-feira, 29 de abril de 2011

No intervalo de uma aula do curso de administração

(Imagem: "..." Honey - Olhares.com)

Esperávamos nossa hora para apresentar o seminário, olhava para ela em suas mechas loiras encostada com sua cabeça na parede e a fumaça do cigarro no ar. Eu sorria. Ela perguntava que cara de bobo era aquela. Disse ser felicidade, pois dali a umas horas encontraria alguém de quem gosto muito - a chuva já havia passado completamente e os raios de sol passeavam pelas mechas do cabelo dela.

Ela me perguntou se eu sofria muito enquanto o cheiro do cigarro no corredor trazia um conforto familiar (é que a maioria de meus amigos fuma). Sorri e disse: “Grande amor, grande sofrimento”. Ela riu alto – não pôde evitar.

- Quanto menos você ama menos você sofre, não é o que dizem? - Falei. - Olhe Jesus, por exemplo, amou as pessoas do modo certo e não conheço ninguém que tenha sofrido mais no mundo por amor. Deve doer à medida que cresce, mas também vale à pena.

Com um semblante sério ela me olhou e perguntou sobre a minha fé. O professor pediu para entrarmos, desejei boa sorte e fui em direção oposta. - Ô, não vai apresentar? - Agora seus cabelos estavam dançando conforme o movimento de sua cabeça.

- Não. – respondi – Não sei nada do assunto. - Ri, não pude evitar.

Por debaixo de suas mechas ela gritou quando eu já ia longe: “veio fazer o quê aqui afinal?”. Sorri com o olhar e desci as escadas para longe da fumaça quando ouvi um longo “Ame com moderação!” ecoar por todo o bloco. “Melhor não” – pensei. Essa coisa de ser moderada só cai bem para as paixões passageiras... O amor deve enfrentar os sofrimentos, pois é maior que todos eles. Enquanto pensava isso ela leu tudo em meu olhar e ouvi o soar uma risada de quase deboche – que risada gotosa – eu sei que ela não pôde evitar.

O mundo é um lugar em que poucas coisas são certas. Nesse sentido é que digo o quanto a faculdade pode ser um lugar esquisito, talvez as coisas mais importantes que uma pessoa possa aprender para a vida estejam nos corredores e não dentro das salas de aula e isso nem contará como crédito para se passar no semestre (mas não me deem ouvidos. Estudem bastante e sejam bons profissionais, eu simplesmente acho que não nasci para isso).

A vida só é bela ao redor de nossos sonhos. Viver isso é que é preciso.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Velhos sintomas

(Imagem: Arquivo pessoal)


Horas ao telefone
Dormir pensando
Acordar pensando
Prestar pouca atenção ao mundo
(e viver pedindo às pessoas para repetir as frases ditas por conta disso)
Felicidade ao vê-la
Horas de conversa
Dias passando leeeentos na ausência
Coração ensaiando um samba nos encontros
Lábios agradecendo em Oração
Beijos e carícias.

Como suspeitei: Curados.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Sob o Seu cuidado II

(imagem: fragmentos de um amor ...de uma vida - espirito da luz - olhares.com)


Essa tarde num fórum de uma comunidade qualquer uma menina se lamentava por ter perdido num roubo o seu notebook recém comprado com tanto sacrifício. Ela falava que se sentia culpada devido ao fato de até chorar por sua perda enquanto sabia que havia pessoas que, com esses últimos deslizamentos, perderam até mais que suas coisas, perderam pessoas, perderam a vida, perderam tudo.

Poucos minutos depois alguém comentou: “não se sinta culpada, Deus sabe que cada um de nós é diferente, não é pelo motivo de sua dor não ser igual a uma grande tragédia que Ele não dará importância. Talvez outra pessoa suportasse melhor que você, mas Deus sabe o quanto você pode suportar. É por isso que Ele está sempre do nosso lado.”

Pensei em falar algo, mas o fato de ter conhecimento de um Deus que se importa até com um arranhão me deixou com uma sensação enorme de reverência. Às vezes nossa falta de humildade não deixa enxergar e berramos a Ele um “por que não evitou?”, quando nem agradecemos o sustento, e como poderia ter sido pior.

Pare pra pensar que ao seu lado está um Deus que, não só criou todo o universo, mas também se importa com cada criatura que saiu de Suas mãos. Isso é espantoso! Não dá para existir qualquer problema paralelo a esse pensamento.

terça-feira, 1 de março de 2011

Sob o Seu cuidado

(iamgem: encontrar - por jose)


Semana passada, perguntei ao meu pai se ele poderia me ajudar com uma conhecida do amigo de um amigo meu - você sabe como é. Ela disse estar sem respostas para essa parte da vida em que chegou e que não tinha jeito para conversar com os pais dela das coisas que tinha em sua cabeça.

Ele me falou para dizer à amiga do amigo de um amigo meu que apenas fosse ela mesma e tudo daria certo. ... Ser ela mesma. Como se ela soubesse. Como se ela fosse algo definido, igual como quando uma pedra sabe que sempre é uma pedra... Ou Deus sabe que sempre é Deus.

Você já se sentiu perdido? Não em um lugar, não assim... Mas com todo esse indefinido, sem saber o que fazer enquanto todos ao redor são perfeitos e o pior, acham que você também é um ser perfeito tendo dentro do bolso a solução para todas as coisas, sabe? - Como quando o Arce batia aquelas faltas pelo Grêmio. Dava para sentir que não importava onde e o que acontecesse, era sempre gol. Era perfeito. Todos esperavam como que um milagre, e o Arce fazia aquilo com perfeição. Então você é apenas um garoto com uma bola de cem quilos e uma barreira enorme em sua frente...

Como as pessoas fazem? De repente você está limpo há tanto tempo e ainda não sabe resolver as coisas dessa maneira, de cara. Uma oração. É... Como pude esquecer?

A vida da gente é como presenciar um cometa, é um milagre, e quando será a próxima vez? Talvez semana que vem talvez nunca mais - como Jesus fazia se ele nem tinha um lugar para descansar? Ele confiava mesmo em Deus para agir e só isso foi o suficiente. Agora posso entender – É isso que vou dizer à amiga do amigo de... Deixa pra lá...

Nós esperamos cinqüenta anos sem perceber que cinqüenta segundos são suficientes para dar sentido a uma vida não importa quem sejamos. É eu acho que é isso – quando deixarei de ser imaturo?

Eu tenho orações respondidas e sei que nunca estarei só. É o suficiente.