Sempre que chego em casa e fico com as pernas pra cima deitado no tapete percebo que é fácil pensar melhor com a casa arrumada, com os cabelos e corpo lavados. Os pensamentos ficam como a praia quando o mar a toca num dia ensolarado. Mas isso nunca dura por si só. É preciso uma certa força e manutenção de estado. Uma luta contra parte de nossa própria natureza.
Às vezes não acredito na humanidade. Às vezes não tenho fé alguma nela. Não é que eu seja desconfiado com todas as pessoas ou que ache que todo mundo é mau. Apenas sei que não haverá justiça e perfeição se tudo depender de nós. E nem é bem um acidente isso não acontecer, é uma escolha mesmo. E inventamos toda uma parafernalha cientifica, social e religiosa, apenas para descansarmos tranquilos quando o dia acaba. Entendo que não é a ciência, a empatia e espiritulidade verdadeiras, claro. São desculpas bonitas sob essas roupagens, apenas.
Buscamos ser prédios imponentes, quando ser uma cabana já daria para o gasto. Não gosto da bondade feita pelas mesmas mãos que semeiam o contrário de um ângulo que quase ninguém possa ver, chamando a isso de progresso. Soa claramente como uma propaganda, um negócio. Talvez o mais certo a fazer seja falir nossa justiça própria a cada dia, até que algo de verdade possa aparecer. Como experiências edificantes que valem a pena até para se colocar num curriculo. Como as almas que buscamos todo o dia depois de adultos para estarem ao nosso lado, na hora que toca para o recreio.
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