(Imagem: Daqui)
Mas como não?! Me recuso a ser chamado de covarde, sim! Pare de perguntar se agora a vida é mais bela vendo os outros serem bucha de canhão enquanto trilho outros caminhos. Você fala em arrependimento, mas já reparou quem é caçado como um beligerante quando trilha os rumos interditos de uma insurreição?
Quando abrimos nossa boca para que alguém se desvie de todo o sangue e ossos em sua senda, logo tratam de colocar nosso DNA nos vestígios de pólvora que já estavam ali antes do mais antigo de nosso pessoal nascer. É como pus em unha encravada. E eu não vou chamar todo esse ódio que separa e assassina, enquanto corações trocam presentes e fazem um carnaval, de outro nome só porque ficou convencionado que chamaríamos isso de amor!
Solta a minha mão! Já não está na hora das mulheres e crianças aprenderem a nadar e matar os tubarões eles mesmos? Olhe como eles são reunidos apenas para virarem lenha para o fogo, e todos que dizem os proteger não conseguem esconder seus sorrisos quando os gritos soam desesperados e as labaredas queimam implacáveis.
Vai fazer o quê, me prender por indiferença? Olhe essas marcas em minhas costas e aquela ali tão profunda que deixou exposto por anos essa coisa que ainda insiste em bater imbele enquanto muitos trocam amor por ódio e nem sentem a diferença. Chame isso de indiferença em minha cara! O capitão que é venerado vendeu sua alma e abandonou o navio assim que ele zarpou e hoje banca o grande líder enquanto você inventa desculpas para não ver.
Preferi ensinar os que deveriam pular primeiro a sair por ultimo, a viver sem salva vidas e a não se desesperar quando virem o casco da embarcação furado. Em breve a água estará de novo pelo pescoço e o fogo que os espanta já não porá medo em nenhum de nós!
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