(Imagem: Através dos tempos - Manuela Rodrigues - Olhares.com)
Acordar com o céu clarinho, tomar banho para despertar. Escutar
as musicas da vizinhança e suas brigas matinais. Tomar café, às vezes não.
Encher a pele de protetor solar. Cheiro de talco de bebê em parte do material
de trabalho – sempre lavar antes das pesagens.
Sol gostoso na rua logo cedo, pessoas chamando meu nome. Ponto
assinado, agendas a preencher. Trabalho a ser feito, sorrisos e pé na estrada.
Vento-de-vez-enquando, suor misturado com perfume e protetor solar, ruas com
cheiro de cocô de cachorro (depois que chove é pior).
Pessoas acordando e indo trabalhar, pessoas dormindo e
ficando em casa, eu acordado e por vezes dormindo na casa delas. Sorrisos,
cantadas e esquivos. Lábios sorrindo, bocas cantando. Xingamentos e desculpas,
fingimentos e malícia. Assaltos frustrados, pernas pra quem te quero.
Telefonemas e cansaço.
Sol a pino e cheiro de flores, perfume de mulheres que são o
alicerce do mundo, minha cara de criança olhando para elas. Assinaturas e
adeus. Carros passando rentes ao corpo, eu no meio da rua de novo. Cachorros de
rua, velhos amigos, gatos, preguiça... Que vontade de estar em casa!
Telefonemas e sorrisos, explicações.
Conversa jogada fora, confidências, pessoas desconhecidas. Homens
nervosos, doentes e doenças. Velhas felizes, solidão dentro da porta e em meu
coração. Baby doll e cachorros assassinos. Promessas e esquecimento – lápis e
papel como remédio. Relatórios e avaliações, descanso e diversão. Vidas que me observam.
Amor em todos os endereços, esperança nas calçadas, salário no fim do mês.
Depois, tudo outra vez.
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