Ela me perguntou se eu sofria muito enquanto o cheiro do cigarro no corredor trazia um conforto familiar (é que a maioria de meus amigos fuma). Sorri e disse: “Grande amor, grande sofrimento”. Ela riu alto – não pôde evitar.
- Quanto menos você ama menos você sofre, não é o que dizem? - Falei. - Olhe Jesus, por exemplo, amou as pessoas do modo certo e não conheço ninguém que tenha sofrido mais no mundo por amor. Deve doer à medida que cresce, mas também vale à pena.
Com um semblante sério ela me olhou e perguntou sobre a minha fé. O professor pediu para entrarmos, desejei boa sorte e fui em direção oposta. - Ô, não vai apresentar? - Agora seus cabelos estavam dançando conforme o movimento de sua cabeça.
- Não. – respondi – Não sei nada do assunto. - Ri, não pude evitar.
Por debaixo de suas mechas ela gritou quando eu já ia longe: “veio fazer o quê aqui afinal?”. Sorri com o olhar e desci as escadas para longe da fumaça quando ouvi um longo “Ame com moderação!” ecoar por todo o bloco. “Melhor não” – pensei. Essa coisa de ser moderada só cai bem para as paixões passageiras... O amor deve enfrentar os sofrimentos, pois é maior que todos eles. Enquanto pensava isso ela leu tudo em meu olhar e ouvi o soar uma risada de quase deboche – que risada gotosa – eu sei que ela não pôde evitar.
O mundo é um lugar em que poucas coisas são certas. Nesse sentido é que digo o quanto a faculdade pode ser um lugar esquisito, talvez as coisas mais importantes que uma pessoa possa aprender para a vida estejam nos corredores e não dentro das salas de aula e isso nem contará como crédito para se passar no semestre (mas não me deem ouvidos. Estudem bastante e sejam bons profissionais, eu simplesmente acho que não nasci para isso).
A vida só é bela ao redor de nossos sonhos. Viver isso é que é preciso.
Um comentário:
cara, gostei deste post. legal
Diego
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