(Imagem: conciliabule - Honey)
Quando éramos crianças, para por pra fora todo o açúcar que consumíamos o dia todo, brigávamos na hora do recreio no fundo da sala. Era assim: quem chorasse primeiro perdia – não era uma regra expressa, mas era um dos motivos que faziam a “brincadeira” acabar, ou então quando uma das meninas gritava: “ ah, tadinho!” daí todos paravam para olhar a menina e não o suposto coitado.
Então a professora vinha de seu intervalo fula da vida chamando agente de diabinhos e dizendo que adoecia por nossa causa – tadinha da professora, só agora com 21 anos percebo o que causávamos à ela. Espero que meu estado de desculpas compense tudo o que fizemos ela passar... Não, acho que só isso não compensa.
Eu nem era um guri agitado, só gostava de imitar o personagem de meu desenho favorito na época.
Eu nem era um guri agitado, só gostava de imitar o personagem de meu desenho favorito na época.
Foi numa dessas brigas que, em meio a toda violência infantil – livros voando, tapas e empurrões e meninas gritando – veio alguém em minha direção e eu pronto para um empurrão levei um chute no saco. Nossa! Como doeu! Nunca vou me esquecer, até porque não sabia que esse tipo de coisa doía tanto. E era tão forte (a dor) que nem conseguia chorar, sentei na cadeira calado e pensando em como o guri que me chutou devia saber como aquilo doía. Ninguém me contou nada. Estava pronto a descontar no primeiro que também tivesse um saco, mas nem me levantar conseguia. Aquilo era diferente, entre os meninos, de um empurrão pelas costas ou um soco no rosto. Aquilo era covardia pura!
Achei-me o cara mais fraco da escola e nunca mais brinquei de Live action na hora do recreio. Ao comentar com meu melhor amigo na época, ele disse algo assim; “mas dói mesmo, dá até vontade de chorar. É por isso que eu boto a mão na frente” – percebi que todos faziam isso, e nunca me contaram nada.
E foi por nunca terem me contado nada que, com 6, 7 anos descobri essa enorme fragilidade que havia em mim.
Depois disso passei a andar em outros grupos, “achei” outras pessoas na escola, pessoas bem interessantes também. Algumas fazem parte de minha vida até hoje.
E um pouco depois dessa época lembro ter descoberto as meninas não mais como pessoas a quem se deve puxar os cabelos e chamar de chatas.
Com aquela idade não sabia o que era, mas foi nessa época que, com toda a infantilidade possível (^^) eu quis saber o que era amor. Não que tivesse maturidade pra isso, talvez ainda não tenha. Mas isso é uma outra história, para além dos tempos de infância.
E foi por nunca terem me contado nada que, com 6, 7 anos descobri essa enorme fragilidade que havia em mim.
Depois disso passei a andar em outros grupos, “achei” outras pessoas na escola, pessoas bem interessantes também. Algumas fazem parte de minha vida até hoje.
E um pouco depois dessa época lembro ter descoberto as meninas não mais como pessoas a quem se deve puxar os cabelos e chamar de chatas.
Com aquela idade não sabia o que era, mas foi nessa época que, com toda a infantilidade possível (^^) eu quis saber o que era amor. Não que tivesse maturidade pra isso, talvez ainda não tenha. Mas isso é uma outra história, para além dos tempos de infância.
10 comentários:
me deu sadd d qndo eu era pekeno
rs
se puder
http://sonabrisa.nomemix.com/
EEi! Adorei o texto. Realmente nossa infância acontece isso tudo mesmo. Meninos para a gente eram os chatos, e só depois que passamos dessa fase é que realmente percebemos que 'alguns' deles não são os chatos! rsrs
Parabpens pelo blog!
Quando quiser passar no meu, as portas estarão sempre abertas! o/
Beijos!
http://marianatorresmuller.blogspot.com/
Poxa vida !!... nunk tiinha ouvido falar nessa brincadeira... hehehe... melhor pra mim néh...
essa dor infeliz que todo cara teme eu nem m lembro mais quando descobri... mas, com certeza, não deve ter sido uma experiência muito agradável... rsrs...
Parabéns pelo seu blog !
Adoraria se vc tbm comentasse no meu blog.. o ultimo post trata sobre "sabedoria"... vllww
www.tonblogando.blogspot.com
Até hj tenho vontade de levar algumas pessoas para o fundo da sala e fazê-las chorar, puxar cabelo, colar chiclete...
Mandar alguns para a dimensão da infância para que elas nunca voltem... Ou eu voltar para lá e deixá-los trancados aqui, nesse mundo cão dos adultos.
Querido amigo avassalador...
Saudades da infancia pra mim, a essa altura da minha vida é muito bom!!!!
Já estou chegando na segunda infancia kkkkkkk
Pois é Du, é na infância que somos "apresentados" às primeiras sensações de dor, perda e amor. Depois a gente cresce porém sempre se comporta como criança quando nos deparamos numa dessas situações.
Beijos,
Inês
Todo um dia foram crianças...
E tudo acontecerá da msm forma...
A diferença é que uns usarão drogas e outros não.
Do que não temos certeza é de que todos nós seremos adultos...
:)
Assim... Como a vida é surpreendente, pelo que entendi essa fragilidade que o chute te despertou acabou por te mostrar outras "novas" que talvês o "live action" não te permitisse perceber. Não sei se estou viajando, mas é como dizia vovó.. Há males que vem para o bem!!
Boa quarta e obrigado pela visita
Aposto que o teu personagem preferido era pra lá de irritante... hehehe
ahhh, os acontecimentos marcantes, os calos e flores da vida. a gente cresce e nem percebe. as coisas vão só passando e quando menos se espera: "não é que aconteceu? esta sou eu."
bjo no coração.
Postar um comentário