
Um... Dois... Três... Quatro. (na rua) Carros passando sobre o asfalto que a chuva acabou de molhar e pássaros cantam.
(dentro de casa) O indefinido que a chuva trouxe com ela rondando a casa, a TV ligada nas noticias do esporte.
Antes batia uma coisa em meu peito e nunca havia nada, agora há e não é a mesma coisa que sentia quando achava que era. Aquilo era outra coisa. E não transformou-se no que se deu inicio agora, pois o que se inicia nesse momento não pode regressar até se transformar em algo baixo. Isso é bom porque não há riscos de voltar ao modo que era. O que sinto agora é uma coisa diferente do que já senti um dia.
- E você pode estar perguntando: Do que é que ele está falando? -também me perguntava isso antes de ter a certeza.
Dá para perceber, é algo se move em algum lugar no universo - talvez seja isso que mova o universo. E quando a noite vai alta ou o dia sopra seus ventos encanados entre edifícios esse indefinido ressoa em todas as pessoas, é que, às vezes, não percebemos. Mas hoje percebi o que já estava ai desde épocas remotas. E depois de olhar por tanto tempo esqueci como era a visão que eu tinha antes. Se quiser chame de amor então. É que prefiro a definição da personagem Tereza no filme Sonho de Valsa, ela diz: É “o amor que eu tenho pelo meu amor que ainda não tenho”.
Porém, o simples fato de senti-lo é prova suficiente de que existe.