sexta-feira, 16 de maio de 2008

No balanço do trem






É incrível como o sono contagia as pessoas. Na condução para a faculdade reparava em um senhor que dormia e numa moça cochilando, que ao passar dois pontos pegou no sono também.
Era meio-dia e o cobrador bocejava infestando logo em seguida meia dúzia de passageiros, inclusive a gurizada do fundão. Foi ai que comecei a pensar em como o ônibus embala agente depois do almoço, a cada curva, subida e parada.

Engraçado foi ver todos os sonâmbulos - e eu vigiando o motorista pra ele não se contagiar também - pois parecia que aquelas pessoas iriam dormir para sempre. E cada vez que o sol girava sua luz a cada curva, parecia que o buzão era a casa de todos nós.
Daí eu pensei: e se eles dormissem tanto que passassem dos seus pontos? E se o motorista também entrasse no embalo?! Como eles iriam saber que era hora de descer?
Eles saberiam?

Acho que não tenho respostas para boa parte dessas perguntas. Acordei um bairro depois de tudo isso acontecer, com o ônibus quase vazio de gente passando por ruas-de-meio-dia.

3 comentários:

Alcione Torres disse...

Quando morava em Salvador, sempre tive medo de dormir no ônibus. Poderia passar do ponto, ser roubada. Mas tem dia que não tem jeito! A gente não consegue mesmo se controlar e acaba cochilando!

marcos disse...

Moço, obrigado pela visita e comentário. Por favor continue escrevendo porque gostei muito de tudo que li por aqui. Há tempos não lia algo tão simples, natural e genuinamente bom. Vou te vistar mais vezes, ok?

Anônimo disse...

Interessante a crônica do amigo, bem humorada e com traços da nossa brasilidade. Parabéns!